Pe. Luiz Carlos
PADRE LUIZ CARLOS DOS SANTOS, 
Pároco da Paróquia de Santa Efigênia.

BIOGRAFIA
Luiz Carlos dos Santos, popularmente chamado de Luizinho desde criança, nasceu no dia 24 de Janeiro de 1957 na cidade de Barão de Cocais-MG. Filho de João José dos Santos, conhecido como José Calazans, motorista e Dona Lilice Vieira dos Santos, do lar.

Seus pais casaram-se em 22 de Julho de 1954, Dona Lilice com 16 e o Sr. João com 31. Desse casamento nasceram 11 filhos, sobrevivendo apenas quatro: Luiz Carlos dos Santos, Vilma Vieira dos Santos, Carlos Antônio dos Santos e Roberto Mauro Vieira dos Santos. Não podemos deixar de mencionar o nome de Ana Paula Vieira que é sua irmã advinda do segundo relacionamento de sua mãe. Afinal tratava-se de uma época onde os recursos da medicina ainda eram bastante escassos diante dos imprevistos da vida. Vindo de uma família simples, Padre Luizinho sempre manifestou a vontade de ser padre e, apesar de enfrentar algumas privações, continuamente estava ligado à vida social de onde morava. Formou-se aos 19 anos em Técnico em Contabilidade, com a ajuda do governo, começando o curso no Ginásio Ruy Barbosa e concluindo na Escola Estadual Gercina Roscoe. Escola esta lembrada por sua disciplina rígida em Barão de Cocais.

Filho de pais guerreiros, sua família sempre lutou para oferecer aos filhos uma vida decente. Mas até a sua formação escolar, Padre Luizinho passou por muitas provações: Viu seu pai ficar desempregado e sua mãe lutar para que seus direitos fossem reconhecidos na justiça por ter sido demitido injustamente. Por morar em uma casa alugada, Dona Lilice encontrou nesta indenização a solução para um dos seus sonhos: A compra de uma casa. No entanto, seu esposo, o Sr. João, usou a quantia ganha para a aquisição de um bar, deixando sua família chateada com esta decisão. E com a compra do estabelecimento veio também uma tragédia: seu pai foi assassinado em 18 de Novembro de 1967 dentro do próprio bar e o responsável por sua morte punido apenas com 1 ano e 7 meses de prisão.

Diante dessa condição, Padre Luizinho, por ser o filho mais velho, viu-se perante uma situação na qual deveria aprender a conviver e seu sonho de servir a Deus e a Maria precisou ser adiado.

Por ser uma época difícil, aprendeu desde cedo o valor da responsabilidade e começou a ajudar sua família com trabalhos informais para auxiliar no sustento de sua mãe e seus irmãos. Chegou a ser reprovado três vezes na escola, não por não gostar de estudar, mas porque frequentava as aulas somente por causa da merenda, sem contar no trauma causado pela morte de seu pai. Mas mesmo com toda desestrutura não se deixou abater, seguiu em frente, pois sabia que um dia as coisas melhorariam. Pensou também em ser marinheiro ou trabalhar na televisão, mas devido à morte de seu pai, precisava ajudar sua família, afinal ela estava em primeiro plano.

E assim aconteceu! Como a vida não podia parar, Padre Luizinho, mesmo criança, vendia pelas ruas picolés e salgados para Dona Zita, trabalhou na loja do Sr.Romeu (Casa Edson), limpou piscina, foi jardineiro e também baby-sitter dos filhos de Marco Antônio Fábregas (Gerente Administrativo da CIMETAL) e Simone Fábregas. E mesmo tendo se passado tantos anos, ainda tem o sonho de saber como os filhos da família Fábregas se encontram atualmente.

Foi também trocador de ônibus e trabalhou em um bar chamado Columbia, onde ganhava como pagamento um botijão de gás por mês. Nesse bar havia 15 quartos onde deveria limpar todos os dias. Um dia ele encontrou 800 cruzeiros e por segurança levou para casa, afinal como limpava todos os quartos, sabia também quem eram os hóspedes. Quando o hóspede voltou, Padre Luizinho devolveu o dinheiro e, como recompensa por sua honestidade, ganhou seu primeiro emprego registrado na COBAL (COMPANHIA BRASILEIRA DE ALIMENTOS).

Depois de algum tempo, a empresa fechou e acabou ficando desempregado por dois meses mas conseguiu uma nova oportunidade na CIMETAL em Dezembro de 1974, onde trabalhou em diversas funções: Foi Auxiliar de Escritório de Fundição na Aciaria, Auxiliar de Almoxarifado, Auxiliar em Contabilidade. Era um momento delicado pois a CIMETAL enfrentava um período de greves, deixando assim, seus funcionários sem receber.

Diante dessa situação, várias pessoas foram demitidas e Padre Luizinho foi desligado em Junho de 1989. Mas devido ao seu desempenho foi contratado na área contábil por Williams Brilhante de Albuquerque da empresa COSIGUA por cinco anos começando no mesmo ano em que foi desligado da CIMETAL.

Mesmo trabalhando e tendo a vida normal de um jovem, carregava dentro de si uma angústia… sentia que faltava-lhe algo. Padre Luizinho nunca abandonou a Igreja, pois vivia uma fé concreta. Sempre muito humano, era questionado por pensar nas pessoas menos favorecidas e defender os injustiçados. Exemplo disso foi que, antes da GERDAU assumir a CIMETAL, Padre Luizinho pediu ao Pároco da cidade para que o deixasse, juntamente com alguns devotos, fazer uma visita levando a imagem de Nossa Senhora (seu anjo da guarda) a todas as comunidades da Paróquia São João Batista e no dia em que a imagem de Nossa Senhora visitou a CIMETAL,  esta empresa foi vendida para a GERDAU. Enfim, um dom que aflorava cada dia mais.

E assim Padre Luizinho dedicava sua vida aos grupos de jovens, palestras, coral, trabalho, chegando a ser Ministro da Eucaristia após Padre Saraiva pedir para que ele decidisse o que realmente queria seguir: Ter uma vida dividida entre suas diversas funções ou se tornar de fato um leigo engajado, defendendo suas crenças e principalmente a fé e os valores do Evangelho.

Pe. Luiz Carlos
Desligou-se do Grupo Gerdau em 1993, por perceber que aquele não era seu mundo. Por ser um bom funcionário, todos os seus direitos foram reconhecidos devido ao seu trabalho. Dessa forma, pode então realizar o sonho de sua mãe e finalmente construir a casa da sua família.

Em 1994 entrou para o Seminário, sendo conduzido pelo Padre Marco Antônio Mapa e apresentado a Dom Luciano Mendes de Almeida que o admitiu no Seminário sem precisar fazer o estágio de um ano devido a sua idade (37 anos) e por sua experiência de vida. A partir daí passou sete anos no Seminário, deixando sua família e começando uma nova jornada. Sentiu saudades mas também a certeza que Deus não a desampararia.

Seguindo o chamado de Deus, pastorou várias comunidades como: Antônio Pereira onde fez o estágio pastoral e estudou (1994 a 1995), Mariana (1995 a 1997) nas comunidades Sumidouro e Confidentes, Amparo do Serra (1998 a 2000). Em 15 de Agosto de 2000 foi ordenado diácono juntamente com mais três irmãos de caminhada: Padre José Afonso, Padre Edmar e Padre Wenderson.

Foi ordenado Padre no dia nove de Junho de 2001 em Barão de Cocais, contando com a participação de aproximadamente 3500 pessoas no Jabaquara Esporte Clube, lugar onde ajudou a fundar, quando era jovem.

Trabalhou como Administrador Paroquial em Capela Nova de Março até Junho 2001 e a partir de nove de Junho do mesmo ano continuou como Pároco da Capela Nossa Senhora das Dores por aproximadamente quatro anos onde teve como principal desafio evangelizar a comunidade, mostrando a todos os fiéis que “para ser cristão é preciso quebrar as amarras que impedem de fazer comunhão. 

Após o encerramento de sua missão como Pároco da Capela Nossa Senhora das Dores, Padre Luizinho tomou posse em Urucânia em 30 de Junho de 2005, ficando responsável pela Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso. Receoso, mas ao mesmo tempo consciente da necessidade de trabalhar para conquistar o povo da cidade baseado nos princípios e valores de Jesus Cristo e no amor de Maria. Sua missão como Pároco em Urucânia encerrou-se no dia  28 de Setembro de 2012, quando tomou posse na como Pároco da Paróquia de Santa Efigênia em Ouro Preto - MG.

Colaboração:
 Padre Luiz Carlos dos Santos e Rita de Cássia Araújo

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